10 modelos de ônibus que foram um verdadeiro fracasso

Fatores como qualidade, desenho, falência, crises, concorrências, dentre outros, podem levar um modelo de ônibus, antes considerado a melhor opção ao fracasso total.

Foto: Reprodução do Youtube

Esse vídeo demonstra os ônibus que prometeram ser uma verdadeira revolução no mundo rodoviário, mas que não tiveram sucesso.

Diversos são os motivos que levaram os ônibus listados ao fracasso

Fatores como qualidade, desenho, falência, crises, concorrências, dentre outros, podem levar um modelo de ônibus, antes considerado a melhor opção ao fracasso total.

O ônibus é uma máquina complexa, ele pode ter uma excelente qualidade, como um bom chassi, motor ou material de revestimento, e acabamento interno, mas mesmo assim, esse conjunto pode não ter correspondido com um devido sucesso no mercado.

Vejam então a história desses veículos e por que não deram certo.

1º) Caio Squalo – Considerado como uma tentativa da antiga empresa Caio de se firmar no mercado. O conceito desta implementação com o novo modelo não agradou, provavelmente devido ao design controverso.

Lançado no início de 1985 foi construído em duro alumínio, sob uma plataforma Mercedes-Benz O-364, sendo alongado para 13 metros.

Ele tinha diversos detalhes estéticos pouco usuais, como um enorme para-brisa dianteiro inteiriço, revestimento lateral em chapa de alumínio contínua, uma pequena elevação no teto e na traseira como um spoiler, grandes bagageiros e vários opcionais. Contudo ele tinha o melhor coeficiente aerodinâmico do mercado nacional.

Foram produzidas pouco mais de 100 unidades.

2º) Ciferal Cursor – Foi a última tentativa da marca de retomar o mercado rodoviário, já que tinha encerrado seus últimos modelos fabricados, “Dinossauro” e “Pódium”.

A empresa passou por uma grave crise financeira, sendo salva pelo governo do estado do Rio de Janeiro. O Cursor tinha um desenho avançado para a época, com estrutura totalmente de alumínio e com vários detalhes inovadores, como novas janelas, revestimento externo liso, amplos para-brisas colados, caixa de itinerário eletrônica, faróis de origem automobilística etc.

O modelo até poderia ter dado certo, se não fosse devido a um passado da Ciferal, em que em 1995 a empresa foi leiloada por seu controlador, o estado do Rio de Janeiro e assim o modelo saiu de linha definitivamente.

3º) Gemini – Pertencente a montadora brasileira de carrocerias de ônibus Thamco, foi o primeiro ônibus de dois pisos fabricado no Brasil, embora o primeiro dois pisos que entrou para o mercado efetivamente foi o Marco Polo 1800 DD.

Isso ocorreu por que o Gemini foi um fracasso total, tendo apenas uma unidade construída. Na época a Thanco havia construído um modelo de dois pisos urbano, idealizado pela CNTC, que foi a inspiração para a marca criar o modelo rodoviário em 1989.

Ele era adaptado para o chassi Scania K112TL de 330 cv, 13,2 metros de comprimento e quase 4,25 metros de altura, porém nenhuma outra unidade foi construída.

4º) Flamingo – A Carbrasa era uma antiga fabricante brasileira de carrocerias de ônibus criada em 1947. Seu mais moderno ônibus, o Flamingo, foi apresentado à imprensa em maio de 1970.

Montado sobre chassi Scania B76, tinha grande número de inovações ainda desconhecidas no Brasil, como a montagem da carroceria sobre coxins de borracha, entrada individual para motorista com porta basculante, porta principal abrindo para o lado, poltronas montadas sobre trilhos, ar-condicionado com entradas individuais e soluções estruturais aeronáuticas, visando uma redução do peso total.

Tinha linhas aerodinâmicas e os mais inclinados para-brisas. Na grade dianteira, faróis e faroletes herdados dos caminhões Chevrolet.

A radical mudança não foi suficiente para a sobrevivência da empresa, que passava por uma grave crise. Ainda em 70, último ano de operação regular, produziu trezentas e quarenta carrocerias, antes de falir, tendo os três últimos Flamingos fabricados.

5º) Caio Aritana – Outro modelo rodoviário fracassado da empresa Caio. Lançado no início de 1980, a série Aritana urbano é basicamente um Caio Gabriela, que foi recebendo mudanças estéticas e chegou a ter algumas versões interurbanas.

Porém, o modelo totalmente rodoviário, principalmente com chassi Scania BR115 e 116, foi tão raro que é até difícil encontrar alguma informação sobre ele.

6º) Articulados – Os rodoviários articulados de 18 metros de comprimento, surgiram da junção de duas carrocerias de duas grandes marcas brasileiras, a Marcopolo e a Nielson, com chassi articulado Volvo B58 e Scania B-111. Esses modelos fizeram parte de algumas importantes empresas rodoviárias de transporte de passageiros da época.

No final da década de 70, o transporte rodoviário de passageiros deslanchava, surgindo assim a necessidade de se transportar cada vez mais pessoas.

Como a legislação da época somente permitia o comprimento máximo de 12 metros para os ônibus, a solução pensada foi utilizar o comprimento permitido para veículos articulados, ou seja, 18 metros e assim surgiu esse modelo rodoviário com capacidade para 60 passageiros sentados.

Era uma solução inédita para o Brasil, embora um pouco mais antiga em outras partes do mundo, dando origem ao primeiro ônibus articulado brasileiro, o Caio Gabriela.

A Marcopolo tratou de criar também seu modelo articulado rodoviário, a partir de seu famoso modelo Marcopolo3, que propagava redução de custo e a solução ideal para o transporte de mais passageiros.

No interior poderiam ser adicionados opcionais como geladeira, ar-condicionado, banheiros, cinto de segurança etc.

Logo em seguida, em 1979, a Volvo também apresentou seu modelo articulado fabricado no país, o chassi B-58, oferecido nas versões urbano e rodoviário.

Conforme os veículos vão sendo utilizados em situação real, alguns empecilhos vão aparecendo. Estimava-se que transportando mais passageiros, o custo operacional seria menor, porém o veículo sendo mais pesado é mais lento, aumentando consideravelmente o desgaste de peças.

Suas dimensões são mais difíceis de manobrar e operar em plataformas rodoviárias e ainda, os passageiros reclamam muito da instabilidade da parte traseira.

Outro problema crítico é o preço dos ônibus articulados, ou seja, enquanto um veículo convencional é comprado por R$ 260 mil, um modelo articulado do BRT sai por R$ 840 mil, conforme uma das concessionárias da capital, cotado em abril deste ano.

Curiosamente os ônibus articulados tiveram melhor aceite nos centros urbanos das principais cidades dos estados do Brasil que utilizam o sistema BRT – Bus Rapid Transit, que é um sistema rápido por ônibus.

É considerado para alguns como parte das soluções para a mobilidade urbana na superfície.

Ele entrou na lista devido ao seu alto custo operacional, fazendo com que ele tenha que ser subsidiado por prefeituras e provavelmente, será substituído por outros formatos mais econômicos, eficientes e tecnológicos.

7º) Cobrasma Trinox – Foi uma tentativa da marca de entrar no mercado de ônibus rodoviário em 1983. Para construí-lo aproveitou-se de seu conhecimento na fabricação de trens e metrôs em aço inoxidável.

Montado sobre chassi Scania K112, 6×2, recebia o nome Trinox. Além de ter um potente motor, era bem espaçoso, tinha 13,2 metros de comprimento, bagageiros passantes e peso reduzido.

A pequena área envidraçada lateral em relação ao porte do veículo e acabamento interno pouco atraente eram seus principais pontos negativos. Seu custo era elevado, devido à construção de seus componentes em aço inox.

Apenas 15 unidades foram vendidas.

8º)  Modelos X e L da Comil Campione – Lançados em 2005 e fabricados até 2007, apresentou o início da 2ª geração da linha Campione.

O pouquíssimo tempo de fabricação, antes de um facelift e renomeação, demonstra que sem dúvida foi um fracasso. O design foi pouco aceito e ameaçou essa linha de rodoviários da Comil.

O Campione tinha sido lançado em 1998 com 4 versões e um desenho bastante agradável, porém ao sofrer sua primeira reestilização em 2005, o visual ficou bastante extravagante e desagradou a todos.

O design foi rapidamente corrigido com o lançamento da linha Vision, em 2007, mas ainda herdou alguns traços e linhas exóticas e também foi substituído pela 3ª geração do Campione em 2011.

9º) Colabus – É o último modelo fabricado pela Tecnobus, montadora da Itapemirim, que montava ônibus para a própria empresa, assim como atendia também a Viação Cometa.

Seu negócio ficava cada vez mais inviável devido aos outros modelos de melhor custo x benefício que inundavam o mercado. Os clássicos Tribus tinham perdido sua majestade. 

Em 1999 a Itapemirim começou a equipar sua frota com produtos Buscar, sendo alguns dos últimos chassis Tecnobus utilizados com carrocerias Buscar.

Um novo modelo rodoviário ainda seria preparado, o Colabus, em 2003, com chassi Tribus e carroceria utilizando peças Buscar. Nada de atrativo tinha nesse modelo e poucas dezenas dele foram construídas.

10º) CMA Cometa (Estrelão) – Ele era conhecido como Estrelão e foi um raro modelo de ônibus fabricado em um curto período de tempo pela Companhia Manufatureira Auxiliar de propriedade da Viação Cometa, montadora criada quase exclusivamente para a produção do modelo Flecha Azul.

Ao final dos anos 90 o Flecha Azul com todos os seus atributos estava bastante ultrapassado em relação aos concorrentes e para substituí-lo, o Estrelão seria lançado oficialmente em 2000.

O motivo de estar nessa lista é que ele chegou muito atrasado ao mercado.  Tinha um desenho pouco atraente e foi muito criticado pelo design bastante aquém dos modelos das outras marcas.

Foi fabricado por pouco tempo e encerrada sua produção sem cerimônia quando a Cometa foi adquirida pelo grupo JCA, demonstrando que era um veículo inviável, pois existiam outras opções com melhor custo x benefício no mercado.

Assista ao vídeo e confira as imagens desses modelos de ônibus!

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QRA – VOLANTÃO

Redação – Brasil do Trecho