Bolsonaro confirma que os caminhoneiros podem parar o Brasil

Presidente da República volta a culpar a Petrobras pelos aumentos dos combustíveis e teme por uma paralização geral

Em uma entrevista nesta segunda (8) para uma rádio de Curitiba, o presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar sobre o aumento da vontade dos caminhoneiros de querer parar o Brasil e afirma que o motivo principal seria os aumentos sucessivos dos combustíveis e culpa a Petrobras.

Alega que a melhor coisa para o social seria baratear os combustíveis.

O governo insistentemente, vem tentando desmobilizar as tentativas de protestos da categoria e demonstra preocupação quanto ao impacto econômico de eventuais bloqueios em um contexto de crise.

A paralisação dos caminhoneiros na semana passada no porto de Santos, dificultando o transporte de peças para as montadoras, poderá ocasionar em novas interrupções nas linhas de montagens em um momento em que as fábricas não conseguem recompor seus estoques.

Por sua vez, Bolsonaro tenta esconder-se das críticas sobre as altas dos combustíveis, acusando a estatal pelo problema. Segundo ele, os dividendos são absurdos tendo R$ 31,14 bilhões em três meses e alega que como União, não quer ter parte nesse lucro fantástico.

E ainda voltou a criticar a política de preços da estatal, chamada por ele de equivocada, dizendo que não podemos ficar escravizados ao preço lá de fora, onde grande parte do lucro vai para os acionistas, afirma.

Vamos entender melhor esse processo?

Apesar de União ser a controladora da Petrobras, os estrangeiros detêm uma boa fatia do capital muito próxima à do governo brasileiro , onde papéis da companhia emitidos na Bolsa de Nova York mais as ações da Bovespa nas mãos de estrangeiros, somam 39,5% do capital da empresa, enquanto o governo brasileiro, incluindo a partipação do BNDESpar – empresa de participações do estatal BNDES de 7,6%, detém o total de 39,8%.

A tese de que o governo não quer esse lucro e que a Petrobras alega que retorna para o país, empregos, dividendos etc, no mínimo não estão nem um pouco alinhadas. O que está errado não são os dividendos que a Petrobras sempre conseguiu obter desde a sua criação por Getúlio Vargas, demonstrando ser sempre uma empresa bastante lucrativa e sim, a política comercial equivocada empregada atualmente e que para uma estatal, precisa ser revisada urgentemente em prol da sociedade, da categoria dos caminhoneiros e todas as demais categorias que dependem dos combustíveis para trabalhar e dali tirar seu sustento!

A população não quer a simples venda das refinarias e sim maior investimento para que as refinarias aumentem sua produção, gerando mais empregos, maior economia e equilíbrio em relação aos derivados do petróleo, compensando-os com o aumento do refino e assim, baixando os valores dos combustíveis derivados, como ocorre normalmente em outros países produtores de petróleo. 

É isso que a população brasileira deseja! Um crescimento econômico maior e mais rápido, diminuindo-se as altas taxas de desemprego!

Porque não se prevê que parte dos dividendos amenizem os aumentos dos combustíveis imediatamente e em paralelo, também possam ser utilizados em melhorias para que a produção da estatal do refino do petróleo brasileiro, cresça ainda mais com a modernização destas e não a venda das suas refinarias. 

Isso deixaria o Brasil, ainda mais dependente do mercado internacional dos derivados do petróleo, importando-os, caso aconteça a venda de boa parte de suas refinarias, não acha?

O Brasil ser autossuficiente em petróleo é ótimo, exportá-lo melhor ainda, mas temos que ser autossuficientes em refino também e já possuímos refinarias para isso, teríamos que modernizá-las para aumentarmos a produtividade, garantindo-se mais empregos para os brasileiros e a diminuição dos preços voláteis dos combustíveis, o que só faz aumentar cada vez mais os preços dos alimentos, como também de todos os produtos que necessitam dos combustíveis, do frete em si, dos serviços de transporte em geral, dentre outros.

A população clama por um basta, em que tudo só aumenta, em todos os sentidos e braços da economia. Não queremos ver nossos filhos e netos enfrentarem os mesmos problemas que nossos avós, pais e nós mesmos já enfrentamos. Queremos Progresso!

Talvez, somente por ocasião das próximas eleições, nas Urnas, a população brasileira seja ouvida sobre o que realmente ela deseja e pensa em relação à Petrobras, suas refinarias e sobre todos os mesmos problemas que ela já enfrentou por bem mais de trinta anos e que não quer que continue a se repetir por mais trinta!

Redação – Brasil do Trecho