O cerco está se fechando para quadrilhas de roubo de cargas na região de Mato Grosso

Com a elevação dos custos dos produtos de origem agropecuária ou de extração mineral, em estado bruto ou pequeno grau de industrialização (as commodities), produzidos em larga escala e destinados ao comércio externo, na pandemia aumentaram o número de roubos dessas cargas no estado de Mato Grosso do Sul, especialmente na cidade de Rondonópolis, onde foram registrados 26 crimes dessa espécie no ano de 2020.

O responsável pela delegacia especializada de roubos e furtos de Rondonópolis (Derf), Santiago Sanches, explica que houve aumento de crimes de tal magnitude.

“Hoje percebemos que com o preço das commodities mais elevado, ocorreu uma redução no roubo dos caminhões, por exemplo. Eles focam na carga e abandonam os veículos. Diferente de anos anteriores, quando o caminhão também era roubado. Os crimes também aumentam nos períodos de safra.”

O delegado afirma que com o andamento das investigações, conseguiu prender 10 participantes da quadrilha de roubo de cargas e avaliou ter uma grande organização por trás das ações.

“Eles praticavam o roubo de carga e quando isso não era possível também aliciavam motoristas para a adulteração das cargas, que é quando misturam areia, terra ou outro produto de baixo valor junto à carga antes de embarcá-la no terminal ferroviário, onde pode ainda ocorrer o auxílio de classificadores para que a carga adulterada não seja identificada.” Ele ainda acrescenta,’’ A quadrilha era muito bem articulada e movimentava grandes valores. “Conseguimos identificar que eles emitem até mesmo notas fiscais das cargas roubadas. Um levantamento demonstrou que, neste caso, a empresa envolvida emitia muito mais notas fiscais de saída de cargas do que de entrada, o que é um movimento atípico. Agora, as investigações seguem em relação à identificação dos receptadores”.

Ele finaliza dizendo que a melhor maneira de coibir a ação dos bandidos e manter um bom rastreamento da carga e um rigor maior na contratação dos motoristas.

Brasil do Trecho